Uma resenha de Shelter (2013) da Might and Delight.
Shelter é um jogo sobre as dificuldades da maternidade, e por isso o jogo realmente fala uma linguagem universal, sem usar nenhuma palavra.
Você é uma mãe texugo tentando cuidar de seus filhotes, alimentando-os e defendendo-os dos predadores. O jogo faz com que você se importe tanto com seus filhotes que é normal pensar que eles têm personalidades muito distintas. Alguns jogadores deram nomes a eles, e relataram as respostas emocionais interessantes à morte de algum deles. Este jogo pode se comunicar com um instinto primitivo de todos nós: o amor para com os seus dependentes, pequenos, inocentes e frágeis.
Mas a coisa mais interessante para mim é que ao longo do jogo você aprende a temer e odiar as águias como se elas fossem monstruosamente malignas. E no final, você se identifica perfeitamente com elas, pois descobre que elas estão exatamente na mesma posição que você estava: tentando alimentar seus entes queridos. O predador feroz se torna uma mãe amorosa. E assim o jogo mostra também como cada mãe também é um predador temível, pronto para matar pelo amor mais puro e sagrado de todos. Isso me fez pensar bastante.