Esta é uma lista dos meus jogos favoritos do século passado. Essas são as primeiras resenhas que escrevi, há mais de dez anos atrás.
Loom (1989, LucasFilm Games): Um jogo único, difícil de classificar. Escrito por Brian Moriarty. Tem um ambiente muito rico e os gráficos são muito bem feitos para a época. A jogabilidade simples se combina perfeitamente com o roteiro do jogo, que é sobre música, destino, morte e magia, grandes forças do universo. Contém uma mitologia própria, digna de um livro de fantasia para o público juvenil. O jogador pode escolher ler as falas ou ouvi-las em áudio. O jogo antigamente vinha com uma fita de introdução em áudio-drama, um recurso multi-mídia para a época. É uma inspiração para todos os criadores de jogos.
Neuromancer (1990, Interplay): Baseado no romance de mesmo nome, um grande clássico da literatura ciberpunk, Neuromancer é referência para qualquer um com algum interesse por jogos com temas futuristas ou tecnológicos. Você deve invadir sistemas e descobrir a verdade pro trás das perigosas inteligências artificiais. Muito bem adaptado e com gráficos simples mas eficientes.
Ultima IV: The Quest of The Avatar (1986, Origin Systems): Um dos melhores e mais inspiradores jogos de RPG já feitos. Revolucionário em diversos sentidos. O jogo subverte o que continua sendo um clichê dos jogos de RPG ao evocar a necessidade de critérios éticos para a ação dos personagens e se focar mais no acúmulo de sabedoria do que de poder para destruir oponentes.
The Neverhood (1996, Dreamworks Interactive): Totalmente feito de massinha, é uma aventura engraçada com um tema religioso, fala da narrativa bíblica da criação do mundo. E, apesar de não ter diálogos nem textos durante quase todo o jogo, há um texto enorme escrito numa parede que conta um mito de criação.
Hidden Agenda (1988, TRANS Fiction Systems, Freeware by Jim Gasperini): Um jogo que simula a situação política de um presidente sul-americano de um país fictício que acabou de sair da ditadura, e mostra questões como corrupção, reforma agrária, intervenção dos EUA, etc. Um precursor de simuladores de política que são muito mais que entretenimento, e que realmente podem ser educativos.
The Longest Journey (2000, Funcom, by Didrik Tollefsen & Ragnar Tørnquist): Uma aventura de ficção científica e de fantasia épica ao mesmo tempo, com uma mensagem ecológica e filosófica.
Beneath a Steel Sky (1994, Revolution, by Charles Cecil & Dave Cummins): Uma aventura ciberpunk simples com gráficos de desenho animado. Um homem criado numa sociedade de párias está sendo misteriosamente procurado pela polícia. Ele é chamado de terrorista, testemunha a polícia destruindo sua família e amigos, e agora precisa descobrir a verdade sobre seu passado. Cheio de críticas e humor, é um game curto e com boas referências ao universo ciberpunk. Há uma tradução deste jogo para português.
Sophie’s World (1998, Voyager Company): Baseado no livro Mundo de Sofia, não é exatamente um jogo, mas sim uma viagem interativa pelo mundo da filosofia, no estilo do livro. Contém muitas informações sobre os principais filósofos e correntes de pensamento filosófico. Divertido, educativo, recomendado para todos que saibam inglês e se interessam por filosofia e literatura.