Resenha do jogo Max Payne 3 (2012) da Rockstar Games.
Diferente dos outros jogos da série, Max Payne 3 tenta abordar questões sociais ao invés das questões pessoais do personagem principal, como a violência policial, o abismo entre os ricos e os pobres e tráfico de drogas (e de órgãos) no Brasil.
Aqui, os ricos tentam viver o estilo de vida dos EUA, enquanto os pobres são massacrados. Payne testemunha desde o ataque a uma favela a um motim na prisão, em cenas que lembram alguns filmes brasileiros como Cidade de Deus, Carandiru e Tropa de Elite.
Mesmo depois de enfrentar uma gangue satânica de Nova Iorque, Max Payne não está preparado para a violência da polícia brasileira. Neste jogo, a polícia é o verdadeiro inimigo, não as gangues. A polícia está envolvida nos crimes mais hediondos, com o apoio de um político corrupto. Isso se torna claro quando o chefe de gangue se torna a vítima, e Max Payne permite que este mate o médico que estava envolvido com tráfico de órgãos. Até os americanos entenderam os filmes de Padilha.
O jogo apresenta uma São Paulo dominada pelo crime organizado e desorganizado. Um Brasil que adora futebol, onde as pessoas pobres são mortas pela polícia, enquanto os ricos estão competindo uns com os outros em festas regadas de drogas. Isso estaria assim tão longe da realidade?
Há duas personagens interessantes: o ex-policial estadunidense que faz trabalho voluntário no Brasil, e o turista sexual. Ambos os lados da relação entre brasileiros e estadunidenses. Mas no final, é Payne que quebra a perna do político corrupto, o que o coloca como típico “herói” estadunidense.
Um jogo interessante que já associava políticos ligados às milicias com assassinato de ativistas dos direitos humanos e, pasmem, tráfico de órgãos.