Uma resenha de Dear Esther (2012), da The Chinese Room.
Dear Esther é uma metáfora viva. Um homem perdido dentro de seu próprio mundo, representado como uma ilha abandonada. Enquanto caminha, ele estuda os vestígios do seu passado em busca de esperança. Tudo que você faz no jogo é andar e ouvir o narrador. Mas se você deixar-se tomar pela narrativa poética e a trilha sonora, a experiência pode ser incrível. Este jogo é muito especial para mim, porque ele me ajudou a pensar sobre a minha própria situação de perda, confusão e autodescoberta.
O personagem inicia caminhando numa praia, onde encontra destroços de um carro, indicando um acidente. Um acidente que deixou sequelas. Ele é compelido a caminhar até uma antena. No caminho, parece recitar uma carta para uma mulher, encontra símbolos de elementos químicos e frases misteriosas.
Uma das partes mais bonitas é quando ele encontra os barquinhos de papel feitos com cartas de amor que escreveu. Mas sem dúvida a parte emocionante é o final, quando ele parece pular para sua própria morte, e se transforma num pássaro, que sobrevoa toda a ilha. Quanto medo, dor é sofrimento é necessário para encontrar a paz?
Dear Esther é um jogo emocional, exige paciência. Não espere nenhum desafio. O desafio é prestar atenção nos detalhes e montar sua própria experiência a partir dos elementos que são dados. Quanto tempo você decide passar num determinado lugar, olhando para determinado cenário? O que você está procurando? Esses elementos é que formarão a narrativa final. Então, tudo depende de você, realmente.
Dear Esther é como um espelho. O que você vê? Eu vejo um homem entrando e saindo da caverna, encontrando esperança em meio aos escombros da sua própria vida. Por isso foi uma experiência válida pra mim. Não será para todos. Mas essa é a diferença entre uma obra de arte e um produto de entretenimento.
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